A prática do silêncio, o desenvolvimento das faculdades da alma e a consciência ativa



O silêncio como pratica reflexiva é o exercício fundamental que reintegra o homem comum a Deus. É em consequência de sua causa que as faculdades da alma são desenvolvidas e, portanto, a consciência torna-se uma guia para o homem.
Há no íntimo do homem, a saber, em seu coração, fontes de energias construtivas e destrutivas, de onde há emanações de pensamentos, emoções e sentimentos, que hão de se transformarem em ações. O efeito do exercício do silêncio opera nesse determinado centro inesgotável de energias.
As ações humanas são inspiradas e estimuladas em consonância com as forças que residem em nosso interior. A extroversão, por sinal, impossibilita que o homem oriente tais energias na direção que sua vontade determina. Assim sendo, tais forças transformam-se em ações impetuosas, ou seja, são reflexos violentos do interior humano que se estabelecem malevolamente em nossas atitudes e comportamentos. A introversão, ao contrário do que acontece com os extrovertidos, torna claro o entendimento do homem sobre si. As qualidades, as imperfeições, as tendências, influências, são dada a conhecer quando o homem se atreve a se aprofundar dentro do abismo que há em seu interior.
Exercer o silêncio vai além da ideia de bloquear o nosso canal comunicativo. Tal método é apenas o inicio do que se segue como uma via ao entendimento de si mesmo. Com efeito, reconhecer a si implica em ter ciência do nosso ser dual, isto é, averiguar as duas naturezas distintas que nos compõem.
Há, no entanto, algo interessante a ser observado. O ato de se dar ao exercício do silencio como arte de se conhecer e reconhecer é uma ação que reintegra o homem ao Seu criador. Ou seja, tal pratica tende naturalmente a transformá-lo e torná-lo consciente da sua natureza. Se o praticante é, em certos aspectos, mal, o silencio serve para ele como um instrumento de arrependimento e conversão. Aqui o sentido não denota relação alguma com religiosidades, pois independente dela, sabemos discernir as coisas e compreendemos o que é mal, bom, ético, anti-ético.
Assim, o silencio é o recurso do qual dispomos para dominar o no coração, que é centro de todas as nossas reservas psicológicas, ou seja, ali encontram-se os pensamentos, as emoções e sentimentos, que cedo ou tarde se manifestarão como ações humanas. A consequência natural é o despertar da consciência, elevando ela em direção a Deus.